EVOLUÇÃO DOS INDICADORES MATERNOS INFANTIS, APÓS A PACTUAÇÃO NOS MUNICÍPIOS DE UM COLEGIADO DE GESTÃO REGIONAL PAULISTA

Bartira Palin Bortolan Pontelli
Orientador: Prof. Dr. Juan Stuardo Yazlle Rocha
Dissertação de Mestrado apresentada em 25/01/2013

Introdução – No contexto atual, os gestores precisam estar à frente de desafios que busquem superar as dificuldades próprias do Sistema, valendo-se de uma rede regionalizada e hierarquizada de ações e do planejamento em saúde, para melhor qualificação e da gestão, assim, para intensificar o processo de melhoria na Gestão e melhor compreender as necessidades da população, em 2006 foi publicada a Portaria n° 399/GM definindo o Pacto pela Saúde, que, dentre outros objetivos valoriza a relação solidária entre gestores, elabora diretrizes e responsabilidades sanitárias com base em indicadores e matas, visando contribuir para o fortalecimento da gestão Objetivo – O estudo tem o objetivo de descrever a evolução dos indicadores de saúde maternos infantis do Pacto pela Vida, no Colegiado de Gestão Regional Sul – 5 – Barretos no período 2007 a 2010, após da pactuação. Metodologia – O presente estudo foi desenvolvido nos municípios pertencentes ao Colegiado de Gestão Regional Sul – DRS 5 – Barretos, a saber: Monte Azul Paulista, Viradouro, Terra Roxa, Vista Alegre do Alto, Taiaçu, Taquaral, Taiúva e Bebedouro, este último sede das reuniões do Colegiado. Trata-se de um estudo descritivo analítico nos municípios do Colegiado de Gestão Regional Sul – DRS -5 – Barretos, no período de 2007 e 2010. A descrição da evolução do processo de adesão dos municípios as diretrizes do Pacto pela Saúde foi determinada utilizando o indicador de a abrangência da Estratégia de Saúde da Família, pela proporção da população cadastrada, além dos indicadores de saúde, maternos infantis do Pacto pela Vida. Resultados – Dentre os dados analisados foram observados pouca evolução nos indicadores de saúde nos anos de 2007 a 2010, os municípios que mais evoluíram foram aqueles que apresentam fortalecimento da atenção básica caracterizado pela melhor cobertura de Estratégia de Saúde da Família, uma provável justificativa para tal comportamento seria as dificuldades dos municípios em formarem uma equipe de profissionais qualificados para realização das etapas do Planejamento em Saúde e monitorá-las, fazendo adequações e correções anuais, de acordo com as mudanças no contexto saúde- doença da população e a estrutura do serviço, a fim de melhorar os indicadores.Conclusão A pouca mudança percebida na evolução dos indicadores de saúde maternos – infantis após o Pacto pela Saúde, pode ser atribuída a falta de planejamento e consequentemente a falta de vontade política, ou seja do interesse dos Gestores em abraçar novas perspectivas, e se comprometer diante da proposta. Os municípios com menos de 20.000 habitantes precisam estruturar equipes envolvidas com o diagnóstico de saúde da população de seu território, articulando informações que ajudarão na construção dos indicadores de saúde. Faltam aos Gestores utilizar melhor os instrumentos que os possibilitem planejar de forma clara e com base na realidade dos problemas de saúde de seu município.Outro ponto a ser considerado é a passividade, a apatia política muito presente na Gestão em Saúde
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE CUIDADORES DOMICILIARES DE IDOSOS PÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
Rosângela de Abreu Venancio Tamanini
Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Duarte de Carvalho
Dissertação de Mestrado apresentada em 31/01/2013

O aumento da longevidade pode ser considerado como uma das principais conquistas da humanidade no presente século, porém este fenômeno modificou os padrões de morbidade, os cuidados e a atenção prestada à saúde do idoso, principalmente devido ao aparecimento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como por exemplo, o Acidente Vascular Encefálico (AVE), que ao acarretar sequelas físicas e emocionais pode comprometer a capacidade funcional, autonomia, independência e tornar o idoso acometido dependente de cuidados dos familiares. Sob essa perspectiva este estudo utilizou-se da abordagem qualitativa para identificar e compreender como se dá o processo de assumir a função de cuidador domiciliar do idoso pós AVE, para isso foram realizadas entrevistas semiestruturadas, com seis cuidadores domiciliares assistidos pelo Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) do Município de Ribeirão Preto-SP. A partir da análise dos dados foi possível traçar o perfil sociodemográfico desses participantes, que eram todos do sexo feminino, com grau de parentesco de esposas e filhas, idade variando entre 44 e 71 anos, com predomínio da religião católica, da baixa escolaridade (até cinco anos de estudo) e com renda mensal de aproximadamente R$1.700,00. Também foi possível organizar o conteúdo em dois temas: O processo de cuidar e os sentimentos envolvidos e O impacto da doença na família: mudanças na rotina e as estratégias de enfrentamento, os quais apontam e discute a influência de sentimentos como gratidão, obrigação, surpresa frente ao inesperado, raiva, medo, exclusão e sobrecarga, na determinação do cuidador; as alterações sofridas no núcleo familiar após a instauração da doença e quais as formas de enfrentamento utilizadas para superar as questões financeiras, de dinâmica familiar e de problemas de saúde resultantes das exigências de esforço físico e mental advindos do papel de cuidador. Sendo assim, foi possível averiguar a importância do papel de cuidador domiciliar e a necessidade de apoio a esses indivíduos, seja através de programas específicos ou da efetivação dos já existentes a fim de auxiliá-los no desenvolvimento do cuidado adequado ao idoso e na diminuição do aparecimento de problemas em sua saúde.

VALOR DA ESPIROMETRIA PARA DETECÇÃO DE ASMA EM ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
Luciano Penha Pereira
Orientador: Prof. Dr. Elcio dos Santos Oliveira Vianna
Dissertação de Mestrado apresentada em 28/02/2013

O diagnóstico da asma baseia-se na anamnese e no exame clínico, mas provas de função pulmonar e avaliação da alergia contribuem para o diagnóstico. A espirometria é o exame complementar mais utilizado em pacientes asmáticos, por ser útil para o diagnóstico, por ser o exame mais disponível no sistema de saúde, para classificação da gravidade e para o monitoramento terapêutico. A medida da reatividade brônquica é um exame mais demorado, tem maior risco, maior custo e é menos disponível. No entanto, é superior por representar melhor a fisiopatologia da asma. Este projeto tem o objetivo de determinar o valor da espirometria na investigação de asma em estudos epidemiológicos (tendo como referência a medida de reatividade brônquica). Foram analisados os dados de 1922 indivíduos que constituíram uma coorte de nascidos em hospitais de Ribeirão Preto em 1978 e 1979. Estes indivíduos preencheram questionários, incluindo o questionário da European Community Respiratory Health Survey; foram submetidos à espirometria e ao teste de broncoprovocação com metacolina, que mede a reatividade brônquica. Para análise dos dados, a asma foi definida pela associação de teste de broncoprovocação positivo com pelo menos um dos sintomas: sibilância, aperto no peito, dispneia, dispneia noturna. A prevalência de volume expiratório forçado no primeiro segundo menor que oitenta por cento (VEF1 < 80%) do previsto (espirometria alterada ou VEF1 reduzido) foi de 10,9%, a prevalência de hiperreatividade brônquica foi de 22,2% e a prevalência de asma foi de 10,4% na amostra de 1922 indivíduos. A espirometria teve sensibilidade de 38% para detectar asma no sexo masculino e de 16% no sexo feminino com especificidades de 94% e 90%, respectivamente. Na análise univariada, houve associação entre espirometria alterada e diagnóstico de asma apenas no sexo masculino com razão de prevalência (RP) de 5,31 com intervalo de confiança de 95% de 3,60-7,83. No sexo feminino, a RP foi de 1,34 (0,87-2,07). Na análise multivariada, a associação entre espirometria alterada e o diagnóstico de asma foi evidenciada em homens pela RP de 4,20 (2,71-6,71), mas não foi evidenciada em mulheres: 1,24 (0,79-1,93). O índice Kappa entre VEF1 reduzido e asma foi de 0,13 (0,08 – 0,19). Portanto, empregando-se o teste de broncoprovocação com sintomas para definir asma, a espirometria demonstra limitações, como baixa sensibilidade, fraca concordância e diferenças na capacidade de detectar asma entre homens e mulheres.

CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DAS FRATURAS DO FÊMUR PROXIMAL TRATADAS NA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE BATATAIS – SP

Anne France Ariyoshi
Orientador: Prof. Dr. Amaury Lelis Dal-Fabbro
Dissertação de Mestrado apresentada em 01/03/2013
As fraturas do fêmur proximal são frequentes em idosos, consideradas uma devastadora consequência da osteoporose, acometem mais o sexo feminino, estão comumente associadas a traumas de pequena energia e, embora apresentem poucas complicações referentes a consolidação no caso das fraturas extracapsulares, estão relacionadas a déficits funcionais, a elevadas taxas de morbidade e mortalidade, além dos altos custos aos serviços de saúde. Representam importante problema de saúde pública mundial devido a sua alta incidência. Trata-se de um estudo retrospectivo com base em um levantamento de prontuários, objetivando caracterizar os pacientes com fraturas do fêmur proximal atendidos na Santa Casa de Misericórdia de Batatais – SP. Foram analisados 258 prontuários, de 258 pacientes, correspondendo a 260 fraturas do fêmur proximal (duas fraturas bilaterais) de indivíduos atendidos na Santa Casa de Misericórdia de Batatais no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2010 com idade média de 74,8 anos, com predomínio de fraturas na faixa etária entre 80 e 89 anos (35,8%), mulheres (64,6%) e que se declaravam brancos (73%). As fraturas trocantéricas foram as mais incidentes com 60% dos casos, o mecanismo de trauma mais comum foi a queda da própria altura com 91,1% e o lado mais acometido foi o direito com 51,9%. O tratamento cirúrgico foi aplicado a 95,7% das fraturas do fêmur proximal. Dos 258 pacientes incluídos no estudo, 50 foram a óbito, sendo frequente entre as mulheres (61,6%) e o período mais incidente foi com três meses após a fratura.
A DINÂMICA DE TRÊS COLEGIADOS DE GESTÃO REGIONAL: UM OLHAR SOBRE A REGIONALIZAÇÃO E PACTUAÇÃO

 

Pedro Silveira Carneiro

Orientadora: Profa. Dra. Aldaísa Cassanho Forster

Dissertação de Mestrado apresentada em 14/03/2013

O presente estudo buscou compreender, a partir das percepções dos atores que os constituem, a dinâmica dos Colegiados de Gestão Regional (CGRs) do Departamento Regional de Saúde(DRS) XIII no que diz respeito a seus papeis previstos de pactuação e regionalização. Construímos esse entendimento a partir da teoria de Matus do planejamento estratégico e do pensamento estratégico como crítica ao planejamento normativo. O cenário de estudo foi composto pelos Colegiados de Gestão Regional (CGRs) pertencentes à região do DRS-XIII, cujo pólo é Ribeirão Preto-SP. A coleta de dados foi realizada nos meses de julho e agosto de 2012 mediante entrevistas realizadas com 21 representantes de três CGRs. O instrumento de entrevista foi semiestruturado, incluindo uma escala de Likert e uma parte aberta para verificar a opinião sobre sete temáticas pré-definidas existentes na regulamentação relativa aos CGRs: Sobre o Colegiado de Gestão Regional; Territorialização; Cooperação; Regulação; Instrumentos de Regionalização; Financiamento Solidário e Participação Social. Utilizamos a abordagem qualitativa, usando como método de análise de dados a análise de conteúdo. Os resultados mostraram nas temáticas diversos elementos da dinâmica instituída entre os atores sociais da regionalização presentes no espaço estudado. Entre eles surgiram questões pertinentes às relações entre os entes das diferenças esferas, a presença de lógicas e relações por vezes solidárias e por vezes marcadas pelas diferenças de poder, e também as diversas dificuldades da gestão nas temáticas levantadas. Frisamos, no entanto, que percepções de avanços estiveram presentes nas diversas temáticas. Buscou-se, por fim, trazer de forma sistematizada as diferentes visões e perspectivas dos diversos atores em cena, sem a pretensão de esgotar a questão da dinâmica dos CGRs, mas trazendo a importância do planejamento em situação de poder compartido para a construção da regionalização e do SUS.

 

AVALIAÇÃO DOS PADRÕES DE QUALIDADE DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA SEGUNDO O PROJETO AMQ-MS: COMPARAÇÃO ENTRE SERVIÇOS VINCULADOS E NÃO VINCULADOS AO ENSINO

 

Juliana Marcela Flausino

Orientador: Prof. Dr. Altacílio Aparecido Nunes

Dissertação de Mestrado apresentada em 18/03/2013

Esse é um estudo transversal no campo da saúde coletiva e tem como tema a avaliação de serviços da Atenção Básica à Saúde, vinculados ou não ao ensino, em dois municípios do interior paulista. O objetivo geral foi avaliar e comparar o desempenho do processo de trabalho em equipe, segundo padrões de qualidade da Estratégia de Saúde da Família, baseando-se na Proposta AMQ-MS, em Unidades de Saúde da Família nos municípios de Ribeirão Preto e São José do Rio Pardo, e como específicos: descrever as características gerais das Unidades de Saúde da Família incluídas no estudo em Ribeirão Preto e São José do Rio Pardo; verificar os estágios de desenvolvimento alcançados pelos municípios considerando o componente de trabalho das equipes; descrever e analisar pontos fortes e fracos ao desenvolvimento da qualidade e avaliar comparativamente os resultados obtidos entre as equipes das unidades de Ribeirão Preto, onde há atividades de ensino de e São José do Rio Pardo, onde tais atividades não existem. No período de abril a junho de 2011, foram aplicados os instrumentos 04 e 05 do AMQ, ambos relacionados à Unidade de Análise: a Equipe. Foi realizada análise de concordância para fins comparativos, enquanto que para verificar associação, foi empregada a razão de prevalência (RP) e seu intervalo de confiança a 95% (IC 95%) como estimadora de magnitude entre variáveis. Para comparação de proporções foi empregado o teste de Z. Em todas as análises considerou-se um nível de significância de 5%. A concordância entre os resultados foi feita por meio da estatística Kappa. A pesquisa revelou que as USF pesquisadas em Ribeirão Preto não foram privilegiadas em qualidade quando comparadas as USF pesquisadas em São José do Rio Pardo, onde referente à Consolidação ao Modelo o município de Ribeirão Preto encontrou-se no estágio considerado satisfatório e São José do Rio Pardo no estágio considerado regular. Em relação à Atenção a Saúde e no Componente: Equipes, envolvendo os dois instrumentos, os dois municípios se enquadram no estágio satisfatório. O pior desempenho por subdimensão foi apresentado na Participação Comunitária e Controle Social considerado fraco. Observou-se não linearidade entre a complexidade de implementação dos processos de trabalho e a auto-avaliação das equipes de saúde da família dos municípios estudados.

 

ANÁLISE DE CUSTO-EFETIVIDADE DO TRATAMENTO SUPERVISIONADO E AUTOADMINISTRADO DA TUBERCULOSE

 

Michela Prestes Gomes

Orientador: Prof. Dr. Antonio Ruffino Netto

Dissertação de Mestrado apresentada em 27/03/2013

A tuberculose (TB) é uma doença infecto contagiosa causada pelo Bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis), sua forma mais frequente é a tuberculose pulmonar, e tem cura quando o tratamento é realizado corretamente. É uma das importantes causas de mortalidade no mundo, e apresenta alta prevalência e incidência no Brasil, o qual se encontra entre os países com maiores números de casos da doença. O objetivo desse trabalho foi efetuar um estudo sobre custo-efetividade do tratamento para tuberculose (abordando as estratégias de tratamento supervisionado e auto-administrado), buscando evidencias para estimar custos diretos (no distrito oeste de Ribeirão Preto-SP) e custos indiretos (para algumas regiões deste município). Por ser uma doença associada às condições sociais e econômicas (nelas incluídas o Brasil), buscou-se observar as deficiências das organizações e gestão do sistema de saúde, através da análise dos custos gerados pela TB. Foi efetuado um estudo epidemiológico, descritivo, pesquisa avaliativa, visando coletar dados sócio-demográficos, e características sobre acompanhamento e evolução do tratamento através dos prontuários dos doentes de TB para estimativa de custos diretos, e também estimar os custos indiretos através de entrevista com os pacientes. A fim de efetuarmos a análise de custo-efetividade do tratamento diretamente observado (TDO) e auto-administrado (TAA) da TB. Foram amplamente discutidos a qualidade dos dados, e realizadas as estimativas dos custos: direto, resultando em R$ 1075,39 (para estratégia TDO) e R$806,98 (estratégia TAA); e indireto, resultando em R$2001,39 (para TDO) e R$974,53 (para TAA). Encontrou-se uma Razão de Custo-efetividade Incremental (RCEI) negativo de 8.0562 por tratamento concluído da estratégia TDO em relação ao TAA.

 

INFLUÊNCIA DO TEOR DE ÁCIDOS GRAXOS NA DIETA AO LONGO DA GESTAÇÃO NA COMPOSIÇÃO DO LEITE HUMANO MADURO

 

Renata Yumi Nishimura

Orientadora: Profa. Dra. Daniela Saes Sartorelli

Dissertação de Mestrado apresentada em 25/04/2013

Os ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa são de grande importância para o crescimento e o desenvolvimento infantil. Suas concentrações variam amplamente no leite materno, em partes, devido à variabilidade do teor de ácidos graxos da dieta materna. Entretanto a relação entre os ácidos graxos da dieta, durante a gestação, e seus teores no leite materno maduro ainda não foi elucidada. O presente estudo tem como objetivo avaliar a composição de ácidos graxos poli-insaturados do leite materno maduro de mulheres residentes em área distante da costa litorânea do Brasil (Manuscrito 1) e investigar a associação entre a composição de ácidos graxos poli-insaturados da dieta materna, em distintos períodos da gestação e no período pós-parto, na composição destes no leite humano maduro (Manuscrito 2). A presente pesquisa integra as atividades de um estudo prospectivo, conduzido entre 103 gestantes saudáveis, com idade entre 18 e 35 anos, usuárias do Sistema Único de Saúde do município de Ribeirão Preto, SP. O consumo alimentar materno, durante a gestação e após o parto, foi avaliado por meio de três inquéritos recordatórios de 24 horas, ao longo da gestação, e dois inquéritos recordatórios de 24 horas, no puerpério. As mulheres com dados completos de consumo alimentar durante a gestação, que tiveram parto a termo e praticavam aleitamento materno exclusivo ou predominante a partir da 5ª semana pós-parto, foram convidadas a participar do presente estudo. Amostras de 5-10ml de leite materno maduro foram obtidas por meio de ordenha manual, e a dosagem do teor de ácidos graxos se deu por meio de cromatografia gasosa. Para investigação da influência do consumo alimentar de cada trimestre gestacional e no período pós-parto na composição de ácidos graxos poli-insaturados do leite materno maduro, foram utilizados modelos de regressão linear ajustados pelo IMC pós-parto e deatenuados. O Manuscrito 1 descreve a composição de ácidos graxos poli-insaturados do leite materno maduro de mulheres residentes em área distante da costa litorânea do Brasil. Observaram-se baixo teor de ácido docosa-hexaenoico (0,09%) e alta concentração de ácidos graxos trans (2,05%), no leite humano das mulheres avaliadas. O Manuscrito 2 descreve a associação direta entre o teor dos ácidos eicosapentaenoico [= 1,87 (95% IC: 0,54; 3,28)] e docosa-hexaenoico [= 0,46 (95% IC 0,21; 0,71)] da dieta materna do terceiro trimeste gestacional e o teor destes no leite humano maduro, assim como a relação direta entre a razão n3/n6 da dieta [= 0,09 (95% IC 0,02; 0,17)] do segundo e terceiro trimestres gestacionais e no período pós-parto com a proporção verificada no leite materno. Os resultados indicam um baixo teor de ácido docosa-hexaenoico entre as mulheres avaliadas e uma alta concentração de ácidos graxos trans no leite materno. O teor de DHA e EPA da dieta materna, no final do período gestacional, pode influenciar a composição de ácidos graxos de leite materno maduro. Ainda, a razão n-3/n-6 de ácidos graxos da dieta materna, no final da gestação e no período pós-parto, também pode influenciar na composição de ácidos graxos do leite materno. Os dados sugerem a relevância de medidas de intervenção para promoção do consumo de alimentos ricos em n-3, no terceiro trimestre gestacional.

 

ALTERAÇÕES DE FALA EM ESCOLARES

 

Rosimara Alves Ribeiro
Orientador: Prof. Dr. Amaury Lelis Dal Fabbro
Dissertação de Mestrado apresentada em 25/04/2013

 

Conhecer a prevalência dos distúrbios da comunicação humana é de fundamental importância, pois possibilita esforços destinados ao fortalecimento de ações de políticas públicas de saúde. Este estudo é do tipo transversal e tem como objetivo estimar a prevalência das alterações de fala e possíveis associações com as alterações da audição e motricidade orofacial em crianças, com idades entre 5 e 8 anos, de ambos os sexos, matriculadas na 1ª série de escolas estaduais, municipais e privadas do município de Ribeirão Preto-SP. A amostra foi composta por 232 crianças. Os sujeitos foram submetidos aos seguintes testes de triagem: TERDAF-Adaptado para fala; AMIOFE (aspecto, postura e mobilidade) para motricidade orofacial; teste com audiômetro e imitanciômetro portátil para audição. Os dados foram analisados, utilizando o programa Stata 9.0 e R. O nível de significância estabelecido foi de 5%. Observou-se prevalência de alterações de fala de 25,9%, sendo mais frequente no sexo masculino, na faixa etária de 7 a 8 anos e matriculados em escolas municipal e estadual. Verificou-se prevalência de alterações da audição de 35,8% e 40,1% da motricidade orofacial. Foram observadas evidências de associação entre as alterações de fala e motricidade orofacial, mas não foram observadas associações entre alterações de fala e audição. A prevalência das alterações de fala mostrou-se alta para a população estudada. Espera-se que este estudo possa contribuir para o planejamento de ações coletivas com vistas à prevenção e à promoção da saúde infantil.

 

PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA EM LUIZ ANTÔNIO, SP, BRASIL: CARACTERÍSTICAS DAS OCORRÊNCIAS E ATENÇÃO MÉDICA PRESTADA AOS PACIENTES

 

Marcio Heber Gomide Junior

Orientador: Prof. Dr. Afonso Dinis Costa Passos

Dissertação de Mestrado apresentada em 23/05/2013

 

A raiva é uma zoonose caracterizada como encefalite viral progressiva aguda e letal. Tem alta transcendência, letalidade de aproximadamente 100%, e é considerada um grave problema de saúde pública. Ocorre em mais de 150 países. Em diversos países das Américas, da Europa e da Ásia o ciclo urbano da infecção já não existe, porém o ciclo silvestre permanece um desafio. A doença no Brasil é endêmica e a maioria dos casos humanos ocorre na região nordeste. Entre 2001 e 2010, foram notificados 163 casos de raiva humana no Brasil, sendo que 47% foram transmitidos por cães e 45% por morcegos. Apesar do controle do ciclo urbano da raiva, os atendimentos antirrábicos humanos notificados têm aumentado nos últimos dez anos. Entre 2000 e 2009, foram notificados mais de 4 milhões de atendimentos antirrábicos humanos no país. O objetivo foi estudar a ocorrência de acidentes com potencial risco de transmissão de raiva em pacientes de Luiz Antônio, SP e o tipo de atenção médica prestada. O estudo foi descritivo do tipo levantamento epidemiológico. Foram analisados os dados das fichas de atendimento antirrábico humano. Concluiu-se que o perfil de paciente mais atendido na década foi o adulto jovem, do sexo masculino, com idade média de 25 anos, escolaridade de até sete anos, residente da zona urbana do município, que procurou atendimento médico no mesmo dia da agressão, não possuía tratamento antirrábico anterior e foi mordido superficialmente em mão ou pé por um cão sadio. O tratamento médico mais indicado pelo Serviço de Saúde foi a vacinação pós-exposição e que foi completamente realizada. Ocorreu elevado percentual de abandono do tratamento, bem como de não procura ativa pelos profissionais do serviço de saúde. As prescrições de soro antirrábico foram confirmadas pelo Hospital de referência em 86,2% dos encaminhamentos. Sugere-se aprimorar a capacitação dos profissionais da rede a respeito das condutas preconizadas para a profilaxia da raiva, melhorar a integração com os profissionais da área veterinária para avaliação dos animais envolvidos e adequar instrumentos e sistema de informação.

 

ESTIMATIVA DE FOLATO NA DIETA DE GESTANTES: O PAPEL DA FORTIFICAÇÃO DE FARINHAS E DO SUPLEMENTO DIETÉTICO
Lívia Castro Crivellenti
Orientadora: Profa. Dra. Daniela Saes Sartorelli
Dissertação de Mestrado apresentada em 29/05/2013

 

Objetivos: Estimar a prevalência de inadequação da ingestão de folato alimentar, assim como analisar esta prevalência considerando o ácido fólico proveniente da fortificação de alimentos em gestantes adultas. Casuística e métodos: Estudo observacional, com análise secundária de dados provenientes de um estudo prospectivo conduzido entre 103 gestantes usuárias de Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Ribeirão Preto, SP. Foram incluídas no presente estudo todas as gestantes que apresentaram dados completos referentes ao consumo alimentar ao longo da gestação, totalizando 82 mulheres. Os dados dietéticos foram obtidos por meio de três inquéritos recordatórios de 24 horas (IR24H), durante a gravidez. A distribuição da ingestão habitual do folato alimentar e folato dietético, que corresponde ao folato alimentar adicionado ao ácido fólico proveniente da fortificação dos alimentos, foi ajustada pelo método do National Research Council (1986). Para estimar a prevalência de inadequação do nutriente empregou-se o método do requerimento médio estimado – Estimated Average Requirement (EAR) como ponto de corte. Resultados: Verificou-se que 100% das gestantes avaliadas não atingiram as recomendações nutricionais estabelecidas para o nutriente (EAR = 520 g DFE), quando foi considerado somente o folato alimentar. Ao analisar a ingestão do folato dietético, a prevalência de inadequação observada foi de 94%. Conclusão: As prevalências de inadequação da ingestão de folato alimentar, assim como a do folato dietético mostraram-se elevadas, identificando-se que a fortificação das farinhas com ácido fólico não repercutiu em melhoria da disponibilidade desta vitamina.

 

ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL DO INSTRUMENTAL DE PESQUISA – BODY IMAGE RELATIONSHIPS SCALE (BIRS) PARA A REALIDADE SOCIOCULTURAL BRASILEIRA

 

Eloisa Maria Steluti
Orientadora: Profa. Dra. Elisabeth Meloni Vieira
Dissertação de Mestrado apresentada em 29/05/2013

 

Introdução: O presente trabalho foi desenhado para realizar a adaptação transcultural do instrumental de pesquisa Body Image Relationships Scale (BIRS) para a realidade sociocultural brasileira com o objetivo de criar uma escala que possibilite através de inquérito sobre autoimagem corporal entre mulheres mastectomizadas, apresentar argumentos que possam apoiar e contribuir para o conhecimento dos profissionais inseridos neste contexto e sua melhoria na qualidade de atendimento de caso, uma vez que, o entendimento sobre imagem de corpo e sexualidade – relações interpessoais -, na perspectiva da mulher inserida na realidade da luta e sobrevivência do câncer de mama apresenta pontos importantes para que o atendimento seja mais humanizado. Método: O estudo envolveu cinco etapas: tradução, retrotradução, apreciação formal de equivalência semântica, crítica final por especialistas com avaliação de outros aspectos além da questão semântica e pré-teste do instrumento com incorporação de pequenas modificações. Resultados: Proceder à adaptação transcultural da the body image and relationships scale – BIRS para a avaliação da representação acerca da imagem corporal das mulheres mastectomizadas brasileiras possibilitou observar e destacar aspectos importantes a respeito do desenvolvimento desta metodologia, ou seja, para que um instrumento de aferição de medidas psicométricas seja desenvolvido, é necessário ir além de uma simples tradução. Conclusão: No presente estudo, o questionário ERIC mostrou-se culturalmente adequado, compreensível e com baixa probabilidade no índice de não resposta, a escolha da forma de aplicação face a face, diferente da proposta do questionário original, mostra-se adequada, uma vez que, facilita o entendimento das assertivas em todos os graus sócio educacionais em que as mulheres acometidas pelo câncer de mama possam ter.

 

A RELAÇÃO ENTRE A PERCEPÇÃO DO AMBIENTE ALIMENTAR E O CONSUMO DE FRUTAS E HORTALIÇAS EM GESTANTES

 

Daniela Cristina Candelas Zuccolotto

Orientadora: Profa. Dra. Daniela Saes Sartorelli

Dissertação de Mestrado apresentada em 14/06/2013

 

Introdução: O consumo adequado de frutas, verduras e legumes (FVL) durante a gestação apresenta impacto positivo sobre a saúde da mulher e da criança. Os fatores ambientais associados ao comportamento alimentar vêm recebendo destaque no âmbito da saúde pública por afetar diretamente a saúde dos indivíduos. Entretanto, desconhecemos a existência de estudos que investigaram a relação entre a percepção do ambiente alimentar e o consumo de frutas e hortaliças em gestantes. Objetivo: Verificar a reprodutibilidade de um questionário sobre a percepção do ambiente alimentar e para o consumo de frutas e hortaliças em gestantes (manuscrito 1) e avaliar a relação entre a percepção do ambiente alimentar e o consumo de frutas e hortaliças em gestantes (manuscrito 2). Metodologia: O estudo de reprodutibilidade (manuscrito 1) foi conduzido em 2010 entre 48 gestantes usuárias do serviço público de saúde de Ribeirão Preto, SP. O questionário é composto por 12 questões de múltipla escolha que incluem a percepção do ambiente alimentar e para o consumo de frutas e hortaliças. Para verificação da reprodutibilidade, o questionário foi aplicado em duplicata, com intervalo entre 15 e 45 dias. A concordância entre as respostas foi avaliada por meio do teste de Kappa ponderado ou Kappa. A relação entre a percepção do ambiente alimentar e o consumo de frutas e hortaliças em gestantes (manuscrito 2) foi avaliada empregando-se os dados de um estudo transversal, conduzido em 2012, entre 282 gestantes adultas. O consumo de FVL foi avaliado por meio de um questionário de freqüência alimentar (QFA) , e dois recordatórios de 24 horas. O Multiple Source Method foi utilizado para estimar o consumo usual de FVL. A percepção do ambiente alimentar foi avaliada mediante a aplicação de questionário estruturado. Para a investigação da relação entre a as variáveis da percepção do ambiente alimentar e consumo adequado de FVL (400g/dia), modelos de regressão logística [OR (95% IC)] foram empregados ajustados por escolaridade, idade e classe econômica das gestantes. Resultados: No manuscrito 1, verificou-se a reprodutibilidade do questionário sobre a percepção do ambiente alimentar e para o consumo de frutas e hortaliças em gestantes. Concordância forte (Kappa entre 0,6 e 0,79) para: número de refeições ao dia, hábito de se alimentar no local de trabalho, distância entre a residência e local de aquisição de FVL e qualidade de FVL no local de aquisição. Concordância moderada (Kappa entre 0,4 e 0,59): hábito de se alimentar fora do domicílio, em restaurantes do tipo self-service ou por quilo, em lanchonetes, se adquire alimentos em mercearias, lojas de conveniência ou padaria, motivo da escolha do local para aquisição de FVL, variedade de FVL no local de aquisição e apoio familiar para ter uma alimentação saudável. Concordância fraca (Kappa entre 0,2-0,39): freqüência em que faz refeições na casa de amigos/ parentes, freqüência em que adquire alimentos em supermercados e varejão ou feira livre e percepção em relação ao preço de FVL. As questões que obtiveram concordância fraca foram reformuladas previamente a sua utilização. No manuscrito 2 observou-se que 35% das mulheres estudadas reportaram o Resumo consumo adequado de frutas e hortaliças durante a gestação, não encontrando uma associação direta entre a percepção do ambiente alimentar e o consumo adequado de frutas e hortaliças entre elas. Entretanto, as gestantes que relataram ter o hábito de fazer quatro ou mais refeições ao dia apresentaram maior chance de consumir a quantidade adequada de furtas e hortaliças quando comparadas àquelas que relataram menor número de refeições ao dia [OR 2.01 (95% IC 1.03, 3.91) p 0.04]. Da mesma forma, as mulheres que referiram o hábito de comprar FVL em varejão ou feira livre apresentaram maior chance de atingir a recomendação de frutas e hortaliças, independente de idade, escolaridade e classe socioeconômica [OR 1.68 (IC95% 1.01, 2.80) p 0.05]. Conclusão: O questionário sobre a percepção do ambiente alimentar e para o consumo de FVL apresentou boa precisão entre gestantes. Não houve associação entre a percepção do ambiente alimentar e o consumo de frutas e hortaliças entre as gestantes estudadas.

 

 

IMPACTO DA INTERVENÇÃO FARMACÊUTICA NA ADESÃO AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DO PACIENTE IDOSO DIABÉTICO SEGUIDO EM UNIDADE DISTRITAL DE SAÚDE

 

Ana Cláudia Rosin Bonifacio

Orientador: Prof. Dr. Laercio Joel Franco

Dissertação de Mestrado apresentada em 05/07/2013

O objetivo deste trabalho é analisar os efeitos da intervenção farmacêutica para os pacientes idosos com diabetes mellitus tipo 2, em relação à compreensão do usuário sobre as instruções contidas na receita médica, o entendimento da doença existente e conhecimento sobre o uso de medicamentos, que inclui: a utilização correta, respeito aos horários de tomar a medicação e as posologias prescritas. Foram avaliados 129 pacientes idosos (com 60 anos ou mais) com diabetes no momento de retirar os medicamentos na unidade básica distrital de saúde (UBDS) do Distrito Oeste de Saúde de Ribeirão Preto. No momento em que o paciente retirou a medicação prescrita para o tratamento do diabetes na UBDS foi realizada uma entrevista para obter dados pessoais, informações sobre as medicações em uso e a doença, se necessita cuidador, identificar a escolaridade, avaliar as condições de armazenamento das medicações e aplicados os testes de medida de adesão ao tratamento (Morisky e Green ampliado) e de quantificação de conhecimento relativo ao tratamento medicamentoso (Med Take). Posteriormente, o paciente recebeu uma orientação farmacêutica em relação aos medicamentos prescritos para o diabetes, obedecendo um formulário padronizado que indicava os horários de tomadas das medicações, o medicamento, a quantidade e as interações com alimentos. Após quatro meses, o paciente foi novamente entrevistado, com outra aplicação dos testes de Morisky e Green ampliado e Med Take. O impacto da intervenção farmacêutica foi avaliado pela comparação do desempenho dos entrevistados nos dois momentos, bem como pela variação de alguns parâmetros clínicos, como peso, níveis pressóricos e hemoglobina glicada, através de teste não paramátrico de McNemar, Wilcoxon e o modelo de regressão linear com efeitos mistos (efeitos aleatórios e fixos). O ajuste do modelo foi feito através do software SAS versão 9.0. Como resultado obtivemos uma melhora no segundo momento na aplicação do teste de Morisky e Green com valor p<0,0001. No Med Take obtivemos também melhora na pontuação, exceto na comparação do medicamento gliclazida nos parâmetros dose e interação com medicamento que não houve diferença com significância estatistica, provavelmente em decorrência do número reduzido de pacientes em uso dessa medicação, que foi de 10 (dez). Nos dados clínicos não houve diferença estatísticamente significante, que acreditamos ser pelo período reduzido (4 meses) de seguimento. Concluímos que a intervenção farmacêutica melhorou a adesão e o conhecimento do paciente sobre o uso do medicamento.

 

 

DETECÇÃO POR ESPIROMETRIA DE DPOC EM USUÁRIOS DE UM CENTRO DE CONVIVÊNCIA DO IDOSO: ALTA PREVALÊNCIA DE SUBDIAGNÓSTICO E REDUÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA

Simeão Rodrigo dos Santos
Orientador: Prof. Dr. Elcio dos Santos Oliveira Vianna
Dissertação de Mestrado apresentada em 02/09/2013
Detecção por espirometria de DPOC em usuários de um centro de convivência do idoso: alta prevalência de subdiagnóstico e redução da qualidade de vida.  Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença muito prevalente nos indivíduos acima de 40 anos. É uma doença com grande impacto social e econômico, podendo levar a um declínio na qualidade de vida de seus portadores. Objetivos: Avaliar as características da DPOC, a frequência do subdiagnóstico e a influência da doença sobre a qualidade de vida em um centro de convivência da comunidade. Casuística e Método: É um estudo observacional, transversal e analítico realizado na cidade de Uberaba – MG. Todos os participantes responderam questionários sobre as características demográficas, socioeconômicas, de trabalho, da qualidade de vida e do estado de saúde. Foram realizadas também a avaliação antropométrica e a espirometria. Foi utilizado o teste t de Student não pareado e bicaudal para a comparação de médias de variáveis quantitativas entre dois grupos independentes: grupo DPOC e grupo sem DPOC (na 1ª parte da análise); e, grupo DPOC com diagnóstico prévio e grupo com DPOC sem diagnóstico (na 2ª parte da análise). A comparação das proporções das variáveis qualitativas entre dois grupos independentes foi realizada com o teste qui quadrado. Regressão logística e regressão logística múltipla foram utilizadas para identificar associações entre as variáveis qualitativas independentes e a variável qualitativa dependente (ter diagnóstico prévio de DPOC). Regressão linear simples e a múltipla foram utilizadas para identificar variáveis independentes que pudessem proporcionar mudanças significativas (explicativas) na variável resposta (escore total e escores dos domínios do questionário WHOQOL-bref). Resultados: 315 indivíduos com idade acima de 50 anos foram recrutados e 298 completaram o estudo, sendo 72 (24,2%) portadores de DPOC e, desses, 58 (80,6%) não relataram diagnóstico prévio da doença. Quando realizada a 1ª parte da análise (grupo com DPOC e sem DPOC) foi observado predomínio do gênero masculino (p < 0,001), média de idade superior (p < 0,001), menor aderência à atividade física nas dependências do centro de convivência (p < 0,01) e maior prevalência de tabagismo (p < 0,001) no grupo com DPOC. Quando comparados os domínios da qualidade de vida entre os grupos, nossos resultados mostram comprometimento do domínio físico no grupo com DPOC (p < 0,05). O domínio físico da qualidade de vida foi influenciado positivamente pelo gênero masculino (coef. = 1,319 e IC = 0,394; 2,243),  negativamente pela DPOC (coef. = -1,118 e IC = -2,002; -0,234) e pela inatividade por problemas de saúde (coef. = -1,983 e IC = -2,918; -0,868). Na 2ª parte da análise (grupo DPOC com diagnóstico prévio e grupo DPOC sem diagnóstico) foi observado que não houve associação entre as características socioeconômicas, antropométricas e fatores de risco com diagnóstico prévio da doença. Em relação aos sintomas, houve associação entre sibilos e diagnóstico prévio (p < 0,05). Os valores espirométricos VEF1 e VEF1/CVF mostraram diferenças estatisticamente significantes (p<0,01) entre os grupos, sendo menores no grupo com diagnóstico prévio da doença. O estadiamento 2 da doença foi o mais encontrado em ambos os grupos e ocorreu associação entre os estadiamentos 3/4 (grave/muito grave) e diagnóstico prévio (p < 0,05). Conclusões: A utilização da espirometria em usuários de centros de convivência pode ser uma estratégia simples e útil para aumentar o número de diagnósticos de DPOC. Como resultado, medidas efetivas para o tratamento e controle da doença poderiam ser implantadas diminuindo o impacto da doença avançada, melhorando a qualidade de vida do doente e de seus familiares.
PERFIL E ATITUDES DE RISCO DE IDOSOS E CAIDORES ATENDIDOS NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF)

Luciana Paludetti Zubieta Traldi
Orientador: Prof. Dr. Jair Lício Ferreira Santos
Dissertação de Mestrado apresentada em 24/10/2013
As quedas são consideradas hoje um problema de saúde pública, e vêm expressivamente acometer a população idosa, podendo gerar consequências físicas e sociais. Este estudo teve como objetivo identificar o perfil demográfico, de saúde e ambiental dos idosos e dos caidores, além de suas atitudes de risco. Tratou-se de um estudo observacional e transversal, realizado no município de Araraquara-SP, com envolvimento de 100 indivíduos, assistidos pela ESF. Os participantes foram selecionados por meio dos prontuários da ESF e, em seguida, foram entrevistados em suas residências no período de agosto a dezembro de 2012. O formulário modificado baseado no estudo Saúde, Bem-estar e Envelhecimento foi utilizado contendo informações gerais, hábitos pessoais, atividade física, estado de saúde, histórico de quedas, estado funcional, característica da moradia, risco comportamental e antropometria. Os idosos (caidores ou não) e caidores eram maioria do sexo feminino, viúvos, baixa escolaridade e possuíam filhos. Predominaram aqueles que nunca fumaram, não ingeriam bebida alcoólica ou o faziam menos que um dia ao mês, ingeriam de 1 a 3 medicamentos/dia e realizavam o nível moderado de atividade física. Quanto a auto-percepção de saúde, ambos os grupos diziam ser “boa”, referiam sua saúde comparada a 12 meses atrás como “igual”, e diziam ter saúde “melhor” comparada a pessoas da mesma idade; em relação a doença auto-relatada, prevaleceu a hipertensão arterial, e o quadro álgico esteve presente na maioria dos grupos, na região das “costas”. Em relação ao índice de massa corporal, em geral, eram eutróficos, e sobre o nível de dependência, predominaram os independentes nas atividades de vida diária. Quanto aos aspectos ambientais foram observados na entrada das casas rampas e no interior, tapetes soltos. O comportamento de risco no idoso mais evidente foi “vestir calça em pé” e para os caidores, “não utilizar iluminação quando entrar em cômodo escuro”. Esta pesquisa auxiliou a descrever os aspectos envolvidos na população e seu ambiente sobre a ação de cair.
TRADUÇÃO PARA A LÍNGUA PORTUGUESA E VALIDAÇÃO DO INSTRUMENTO DE REAÇÕES À DOAÇÃO DE SANGUE –  BLOOD DONATION REACTIONS INVENTORY

Ana Carolina Garcia Braz
Orientador: Prof. Dr. Edson Zangiacomi Martinez
Dissertação de Mestrado apresentada em 28/11/2013

A escala Blood Donation Reactions Inventory (BDRI) foi originalmente proposta por Meade et al. (1996) como parte de um estudo dos preditores psicológicos de reações em doadores voluntários. É composta por 11 itens respondidos pelo doador, cada um correspondendo a uma reação ou sensação referente à doação de sangue mais recente. Na literatura, a escala BDRI é associada à probabilidade de retorno de doadores de sangue, o que sugere que o instrumento é uma ferramenta efetiva para predizer se um doador realizará novas doações. O objetivo do presente estudo é traduzir para a língua portuguesa o BDRI e estudar a confiabilidade e consistência interna desta versão traduzida, bem como sua validade de critério e de constructo. O BDRI traduzido apresentou CVI superior a 80% em todos os itens e razoável consistência interna, além de mostrar que grande parte dos doadores que apresentaram pelo menos um sintoma eram primodoadores (42%) e que mais mulheres (32%) que homens (20%) relataram algum sintoma. Concluímos que os objetivos do trabalho de traduzir para a língua portuguesa e validar o BDRI foram atingidos. Esta pesquisa traz para a língua e cultura brasileiras um instrumento útil em pesquisas na área de hemoterapia.
NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF): UMA NOVA ESTRATÉGIA DE REORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO EM SAÚDE MENTAL?

Flávia Thais Ramos
Orientadora: Prof. Dra. Maria do Carmo Gullaci Guimarães Caccia-Bava
Dissertação de Mestrado apresentada em 12/12/2013

Objetivo: Analisar o processo de implantação do NASF e a reorganização do serviço de Saúde Mental (SM) sob a percepção dos profissionais envolvidos no cenário da Atenção Primária de Saúde (APS) da cidade de Botucatu- SP. Métodos: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, através da coleta de dados de entrevistas semiestruturadas e fontes de dados secundários produzidos pelo NASF, no ano de implantação deste serviço. O perfil sociodemográfico dos entrevistados e as fontes de dados secundários foram analisados estatisticamente. As entrevistas foram transcritas, categorizadas e analisadas, conforme o conteúdo temático. Resultados: Os entrevistados eram 90,6% do sexo feminino, com média de idade de 32 anos. Quase um terço nunca realizou cursos em Saúde da Família (SF). Os casos discutidos com o NASF foram 67,3% da área estratégica de SM e em sua maioria, feitos por profissionais de nível superior. E 22% dos casos discutidos foram de pacientes com idade inferior a 12 anos. O tratamento da maioria dos casos (93%) foi realizado na APS, porém a Equipe de Referência (ER) não assumiu a coordenação dos projetos terapêuticos singulares. A ER entende o NASF como uma equipe de apoio multiprofissional, mas demonstra dificuldade na execução do matriciamento. O processo de implantação do NASF provocou um desconforto na ER por falta de preparo e conhecimento insuficiente sobre essa estratégia. O conceito de SM relatado pela maioria dos entrevistados foi de uma condição de bem-estar das pessoas. As abordagens em SM são realizadas pela maioria dos profissionais da ER, no entanto, não reconhecem esta prática. Já os profissionais do NASF relatam desenvolvê-la no apoio matricial e acreditam que esta deva ser explorada em todos os espaços da unidade. A ER refere acolher queixas psicossociais, porém confia que a continuidade do cuidado deva ser de responsabilidade dos serviços especializados ou dos profissionais de nível superior. Conclusão: A presença do NASF na APS tem como objetivo matriciar os profissionais da ER para o atendimento a pacientes de diversas áreas estratégicas e apoiar a rede da APS na reorganização do serviço de SM. Porém a implantação deste serviço sem o planejamento participativo e adequado culminou na criação de um serviço fragmentado de especialidades, dentro da APS.

EGRESSOS DE PROGRAMAS DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2000-2009

Elisa Toffoli Rodrigues

Orientadora: Profa. Dra. Aldaísa Cassanho Forster

Dissertação de Mestrado apresentada em 18/12/2012

No Brasil, a qualificação dos recursos humanos para trabalhar na Estratégia Saúde da Família é baixa. Considerando a importância do Estado de São Paulo como pólo formador de recursos humanos para a área da saúde, estudou-se asituação dos egressos dos Programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade (PRMFC) do Estado de São Paulo (ESP), que finalizaram a residência entre 2000 e 2009. Foi caracterizado o perfil sociodemográfico desses médicos e suas trajetórias profissionais após o término da residência médica, além da satisfação com o trabalho. Os dados foram coletados em 2012, por meio de um questionário eletrônico, dividido nos seguintes blocos: perfil sócio-econômico, atuação profissional, e atividades de Medicina de Família e Comunidade (MFC). Do universo de 234 egressos de 17 PRMFC do ESP, foram incluídos no estudo 129 pessoas de 14 instituições. A maior parte é do sexo feminino (58, 1%) e está na faixa etária de 30 a 34 anos (55, 8%). Moram predominantemente no ESP (79, 1%) e em municípios de grande porte ou em metrópoles (89, 1%). A graduação em medicina foi realizada principalmente na região sudeste (92, 3%), sendo majoritária a participação do ESP (72, 1%). Dos egressos respondentes, 98, 4% atuam na área da saúde, sendo que 74, 6% atuam  na Medicina de Família e Comunidade e 48, 1% atuam na docência. Referiram trabalhar em um posto de trabalho 33, 9%, dois postos 33, 9% e três postos 15, 0%, estes não relacionados à docência. O local de trabalho atual mais frequente foi a Estratégia Saúde da Família (49, 6%), seguida da Urgência e Emergência (26, 7%), consultório particular e Unidade de Saúde Tradicional, com 19, 7% cada e, por último, a gestão/gerência (18, 9%). Em relação à trajetória acadêmica após a residência de MFC, 10, 1% dos egressos fizeram outra residência médica, 57% realizaram especialização lato sensu e 31, 8% stricto sensu. Possuem título de especialista em MFC 41, 9% dos entrevistados. Mais da metade dos egressos participam da formação de médicos de família (52, 7%), sendo que 83, 7% têm interesse em realizar esse tipo de atividade. Dos médicos de família que atuam na área da MFC, a maioria está satisfeita ou muito satisfeita e 44, 8% deles estão motivados. Conclui-se que os médicos de família egressos de PRMFC do ESP são predominantemente jovens e mulheres e moram em grandes centros urbanos, tendendo a se fixar mais no próprio ESP, local onde fizeram a residência médica. O local de atuação dos egressos é bastante diverso, já que a formação em MFC é ampla. Muitos egressos participam de atividades relacionadas à formação dos médicos de família sendo, portanto, peças fundamentais para a formação de novos profissionais capacitados para atuarem na Atenção Primária à Saúde. Além disso, a maioria deles está satisfeita com o trabalho na MFC, mas ainda faltam reconhecimento e valorização da especialidade.

 

ASSOCIAÇÃO ENTRE TEMPESTADES GEOMAGNÉTICAS E INTERNAÇÕES POR INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

Andressa Kutschenko

Orientador: Prof.Dr. Edson Zangiacomi Martinez

Dissertação de Mestrado apresentada em 19/12/2012

Os diversos fenômenos solares mostram que a sua atividade não é constante, sendo as manchas solares observadas em sua fotosfera um indicador de atividade do Sol. Os números dessas manchas seguem um ciclo de 11 anos que alterna entre máximos e mínimos; quanto maior o número de manchas, maior o número de erupções no Sol. A literatura médica vem mostrando algumas evidências de que a atividade solar possui alguma relação com a predisposição das pessoas a algumas doenças. As tempestades geomagnéticas são associadas a doenças cardiovasculares, mudanças na pressão arterial sistólica, gravidade da crise de enxaqueca, distúrbios psiquiátricos. As condições da atividade geomagnética são classificadas segundo Batista (2003) em uma escala de “Calma”, “Transição”, “Ativo”, “Tempestade fraca”, “Tempestade intensa” ou “Tempestade muito intensa”. No presente projeto de pesquisa, objetiva-se investigar a associação entre atividade geomagnética e internações diárias por infarto nos hospitais de Ribeirão Preto e região, no período de 1998 a 2007. A hipótese em estudo é que em dias de condições de atividade geomagnética muito perturbada, o número médio de internações por doenças isquêmicas do coração é maior. Para a análise dos dados foi utilizado o modelo de regressão de Poisson com função logarítmica com o auxílio do software SAS 9. 2, utilizando o procedimento PROC GENMOD. Observa-se que há evidências de associação entre tempestades geomagnéticas e internações por IAM.

 

DISTRIBUIÇÃO EXPONENCIAL GENERALIZADA: UMA ANÁLISE BAYESIANA APLICADA A DADOS DE CÂNCER

Juliana Boleta

Orientador: Prof.Dr. Jorge Alberto Achcar

Dissertação de Mestrado apresentada em 19/12/2012

A técnica de análise de sobrevivência tem sido muito utilizada por pesquisadores na área de saúde. Neste trabalho foi usada uma distribuição em análise de sobrevivência recentemente estudada, chamada distribuição exponencial generalizada. Esta distribuição foi estudada sob todos os aspectos: para dados completos e censurados, sob a presença de covariáveis e considerando sua extensão para um modelo multivariado derivado de uma função cópula. Para exemplificação desta nova distribuição, foram utilizados dados reais de câncer (Leucemia Mielóide Aguda e Câncer gástrico) que possuem a presença de censuras e covariáveis. Os dados referentes ao Câncer gástrico tem a particularidade de apresentar dois tempos de sobrevida, um relativo ao tempo global de sobrevida e o outro relativo ao tempo de sobrevida livre do evento, que foi utilizado para a aplicação do modelo multivariado. Foi realizada uma comparação com outras distribuições já utilizadas em análise de sobrevivência, como a distribuição Weibull e a Gama. Para a análise bayesiana adotamos diferentes distribuições a priori para os parâmetros. Foi utilizado, nas aplicações, métodos de simulação de MCMC (Monte Carlo em Cadeias de Markov) e o software Winbugs.

 

RELAÇÃO ENTRE APTIDÃO FÍSICA, FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES E ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS EM ADULTOS E IDOSOS

Átila Alexandre Trapé
Orientador: Prof. Dr. Laercio Joel Franco
Dissertação de Mestrado apresentada em 20/12/2012
Introdução: A diminuição da aptidão física e a maior vulnerabilidade para o surgimento de doenças crônicas, em especial para as doenças cardiovasculares (DCVs), destacam-se dentre as alterações associadas ao processo natural de envelhecimento. Nesse contexto, a prática regular de exercícios físicos pode ser considerada como uma das principais medidas que contrapõem esses fatores. Entretanto, a frequência de sedentarismo é elevada e parece estar associada com aspectos socioeconômicos, indicando que a escolha pelo estilo de vida ativo não depende somente de atitudes individuais. Objetivos: investigar a relação existente entre a aptidão física e os fatores de risco para DCVs; verificar se o tempo de prática de exercícios físicos e a supervisão de um professor de educação física estão relacionados à melhores resultados; e, investigar a relação entre as características socioeconômicas e demográficas e a aptidão física. Método: Estudo transversal realizado em Ribeirão Preto, SP, com adultos (50 a 59 anos) e idosos. As variáveis estudadas foram: as relacionadas aos fatores de risco para DCVs; aspectos socioeconômicos e demográficos; nível habitual de atividade física (NHAF); aptidão física de duas formas: VO2max indireto; e bateria de testes motores que permitiu o cálculo índice de aptidão funcional geral (IAFG). O tratamento dos dados deu-se por estatística descritiva; coeficiente de correlação de Pearson; ANOVA (tempo de prática e supervisão); modelo linear generalizado de comparação de grupos (NHAF e IAFG); e, modelo de regressão linear múltipla (variáveis dependentes: IAFG e VO2max; variáveis independentes: aspectos socioeconômicos). Resultados: 213 participantes com média de idade de 61,4 (8,4) anos. O coeficiente de correlação de Pearson evidenciou associação negativa entre o IAFG e IMC (r=-0,4), PAS (r=-0,31) e PAD (r=-0,3); entre VO2max e IMC (r=-0,46) e PAS (r=-0,31); e, entre a idade e o IAFG (r=-0,44) e o VO2max (r=-0,56). E associação positiva entre IAFG e VO2max (r=0,7). O modelo linear generalizado de comparação de grupos evidenciou diferença quanto ao NHAF para o IAFG e VO2max; e, quanto ao IAFG, para o IMC, TG, PAS e PAD. Os grupos com maior NHAF e IAFG apresentaram melhores resultados nestas variáveis. Por meio da ANOVA foi evidenciada diferença entre os grupos quanto ao tempo de prática e supervisão com a renda, anos de estudos, IAFG, VO2max, IMC e PAD. Os grupos com tempo de prática superior a 6 meses apresentaram melhores resultados, com alguns resultados ainda melhores para o grupo supervisionado. O modelo de regressão linear múltipla evidenciou associação do IAFG com a cor da pele, a escolaridade, a renda e a idade, bem como, associação entre o VO2max e renda, gênero e a idade. Considerações finais: Os dados apontam para a existência de relação entre aptidão física e fatores de risco para DCVs, e, indicam associação entre aptidão física e aspectos socioeconômicos. O tempo de prática e a supervisão de um professor de educação física apresentaram associação com os fatores de risco para DCVs e os aspectos socioeconômicos. Desta forma, baseado nos resultados deste estudo, sugere-se o desenvolvimento de políticas públicas visando a melhoria da saúde deste segmento populacional.